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Sonoridade urbana

Poesia

Esteja incumbido, autorizado
A macarronar todas as minhas palavras.
Não me importo muito com o que fazem
Com o tempero,
Com o ponto de cozimento.

Eu estava ouvindo lá fora,
Na rua,
A algum som do carro do ovo, do ferro velho;
E me parecia muito mais interessante,
E com muito mais sentido
Do que as minhas palavras.

Era tão longe o som dos carros gritando,
Mas me parecia muito mais próximo, humano e necessário,
Do que quer que eu poderia falar,
E do quer que as pessoas insistam em ouvir.
Pois todas elas precisam ou de ovos,
Ou de vender seus ferros velhos,
E nenhuma de mim.


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